Lula chama de ‘Extraordinário’ Ministro-Problema e provoca deboche
Tais palavras foram recebidas com reações de deboche, especialmente considerando a real situação da gestão do ministro, que tem sido marcada por uma série de controvérsias e atritos com entidades chave no setor energético, como a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), e grandes operadoras do setor.

Na última semana, entre as diversas lorotas propagadas por Lula em emissoras de rádio de Belo Horizonte, poucos elogios geraram tanta repercussão quanto o de seu reconhecimento ao “trabalho extraordinário” do ministro Alexandre Silveira, da pasta de Minas e Energia. Tais palavras foram recebidas com reações de deboche, especialmente considerando a real situação da gestão do ministro, que tem sido marcada por uma série de controvérsias e atritos com entidades chave no setor energético, como a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), e grandes operadoras do setor.
É inegável que, durante sua gestão, Silveira tem se envolvido em sérios conflitos com a Aneel, que exerce um poder regulador essencial para o bom funcionamento do setor elétrico brasileiro. A situação, longe de ser harmoniosa, tem se transformado em uma sucessão de crises, com um ministro cada vez mais afastado da agência que deveria ser sua aliada. O cenário se agrava quando se acrescenta o fato de que Silveira tem se mostrado bastante incomodado com a influência da Aneel, levando a um ambiente de tensões e disputas constantes.
Outro ponto que merece destaque são as atitudes suspeitas do ministro, com uma sequência de 17 visitas de empresários como Joesley e Wesley Batista, conhecidos aliados do PT, ao local de trabalho de Silveira. O episódio, que foi noticiado pela Coluna Cláudio Humberto, levanta sérias questões sobre os reais interesses do ministro e sua relação com figuras envolvidas em investigações polêmicas. A conexão entre a gestão de Silveira e esses empresários gera um cenário nebuloso, que apenas alimenta suspeitas e desconfianças sobre as suas ações à frente do ministério.
O comportamento de Silveira no Congresso Nacional também tem sido um ponto de crítica. Parlamentares de seu próprio partido, o PSD, não hesitaram em apontar a “clara falta de diálogo” por parte do ministro, o que tem dificultado a construção de soluções conjuntas para os desafios do setor energético. A relação tensa com o Congresso também foi marcada por acusações de “extrema agressividade” do ministro para com os parlamentares, o que contribui ainda mais para sua imagem de isolamento político.
A gestão do ministro tem gerado também uma estranha preferência por uma “agenda do gás”, um tema que, em vez de unificar os interesses do governo, tem gerado divisões. Em um momento em que o país precisa de soluções eficientes e integradas para seus problemas energéticos, a agenda de Silveira parece mais focada em interesses particulares do que em um projeto de longo prazo para o Brasil. Em um cenário de intensas críticas e rejeição tanto no Congresso quanto entre as entidades reguladoras, os elogios imprecisos de Lula ao ministro soam mais como uma tentativa de encobrir a realidade do que como uma verdadeira avaliação de sua gestão.