
A sessão da Câmara Municipal de Poço José de Moura, realizada nesta quarta-feira(03), terminou em confusão generalizada, segundo informações, agressões físicas e graves denúncias contra autoridades locais. O episódio expôs a fragilidade democrática do município e levantou questionamentos sobre a postura de quem deveria zelar pelo respeito às instituições e pelo direito da população.
O estopim da crise foi um projeto de lei que pretende batizar o campo de futebol da cidade, atualmente sem nome, em homenagem ao pai de um ex-presidente da Câmara. Apesar de simples, a proposta tem sido ignorada pela presidente da Casa, vereadora Paula Batista que se recusa a colocá-la em pauta. O gesto, visto por muitos como autoritário, abriu caminho para uma explosão de ânimos.
De acordo com relatos o irmão da presidente, que também ocupa o cargo de secretário municipal de Esportes, invadiu o plenário completamente alterado. Segundo testemunhas, ele agrediu cidadãos, ameaçou vereadores e ainda proibiu a entrada da população, ferindo um dos direitos mais básicos da democracia: a transparência nos trabalhos legislativos. O ex-presidente da Câmara e filho do homenageado também foi atacado fisicamente pelo secretário e, em seguida, ameaçado pelo primo deste, deixando a sessão à beira da barbárie.
Diante do caos e da violência instaurada, a sessão foi cancelada. O cancelamento, além de paralisar o debate sobre o projeto, reforçou a sensação de que a Câmara Municipal está refém de interesses pessoais e familiares, distanciando-se cada vez mais da função de representar o povo. Para muitos, a Casa Legislativa foi transformada em um ringue de disputas políticas e agressões físicas.
A polêmica cresceu ainda mais com denúncias de vereadores que afirmam estar sendo ameaçados para não votar a proposta. Moradores, por sua vez, acusam a existência de um plano obscuro para privatizar o campo de futebol, considerado patrimônio coletivo e um dos poucos espaços de lazer da comunidade. As acusações, se confirmadas, podem configurar um escândalo sem precedentes na cidade.
A indignação popular tomou conta das ruas e das redes sociais. Cidadãos exigem que providências imediatas sejam tomadas pelas autoridades competentes, cobrando investigação séria sobre os episódios de violência, abuso de poder e possíveis manobras políticas. A crise que tomou conta da Câmara de Poço José de Moura, além de expor rixas pessoais, coloca em xeque a credibilidade da gestão municipal e deixa a pergunta no ar: até onde vai a impunidade no poder público local?